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30 julho 2013

Vivências de gentes que acreditam no SUS - Ernande Valentim do Prado

Ernande Valentin do Prado

Estes dias desanimei. Cheguei à conclusão que o Sistema Único de Saúde (SUS), está programado para não dar certo. São muitos interesses conflituosos e até quem o defende (no discurso), muitas vezes, não entende como ele é, o que representa e, principalmente, como deveria funcionar, o que deveria estar fazendo.
Tem muito gestor, muito político, muito profissional de saúde, que construíram suas carreiras defendendo o SUS, mas que SUS será este? O SUS que presta consulta médica em pronto socorro? O SUS que fornece medicações? O SUS que paga exames e cirurgias? O SUS que só atende mediado por intervenções de vereadores e prefeitos?
Observei ao longo da vida que as pessoas que defendem esse tipo de SUS têm uma vida mais fácil. Muitas vezes são eles que têm o poder de assinar, mandar, fazer e acontecer. Já trabalhei com um gestor que montou uma equipe com profissionais que diziam e faziam coisas que nem Deus acreditaria. Um desses assessores me disse que no SUS era proibido agendar e fazer atendimentos com hora marcada e que se eu insistisse em fazer, poderia até ser preso. E isso não foi a coisa mais absurda que vivi neste trabalho. Em menos de 6 meses desisti do concurso e sai da cidade.
Continuo observando que quem quer fazer um SUS consistente com seus princípios sofre muito e tem pouco prestigio diante dos “jeitinhos” de profissionais, gestores e políticos estabelecidos.
No entanto quem faz esse SUS que ainda é uma promessa na maioria dos lugares estão espalhados por aí, na maior parte do tempo, desprestigiados e anônimos.
Estes dias fiquei sabendo de um profissional que trabalha (e mora) em seu posto de serviço por mais de 20 dias seguidos. Isso porque em sua região (Pantanal) a cheia o impede de sair. Todo dia pela manhã ele pega um barco (tipo voadora) e sai para cuidar dos moradores ribeirinhos, também ilhados.
Conheço outros exemplos, outras histórias tão chocantes quanto esta, de gente que “briga” para fazer o que acredita e paga o preço por isso. Mas quantas outras pessoas com histórias como esta estão por aí vivenciando e fazendo este SUS longe dos holofotes?
Quem são, onde estão, quais histórias têm à contar?

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