Maria Amélia Mano
Aos que comigo
partilharam a caminhada e o sol se pondo.
Retorno
de férias de março. O ano agora, sim, recomeça. Novo ciclo. Planejo meus
desafios e minhas caminhadas ao redor do Parque da Redenção, sempre acompanhada
de música e algum plano para o dia, alguma lembrança, algum pequeno sonho descansado
no café na Rua da República. A música recomeça...
“Ver
o sol se pôr vermelho”
Ontem,
entre amigas, lembramos das fitas K7, BASF, TDK, Sony... Fitas “temáticas”:
música para viajar, música para caminhar, música para dormir, música para
dançar, música para caminhar... Sim, tenho as minhas. Escuto música de caminhar
fora do contexto cotidiano e já tenho vontade de saltar do ônibus, da mesa, do
avião e sair por aí...
“Mas você me
chama pro mundo
E me faz sair
do fundo de onde eu tô de novo”
E
volto para o mundo. Planejo e organizo meus novos horários do semestre. Lembro,
ao começar a caminhar, que nos últimos dias assisti ao sol se pôr em três
lugares diferentes. Lugares mágicos: Chapada dos Veadeiros - Goiás, Garopaba –
Santa Catarina e Colônia de Sacramento – Uruguai. Cerrado, mar e rio...
“Sigo o sol na cidade
Pra te procurar”
E procuro
sentido, feliz. Penso no quanto sou sortuda em poder assistir a um espetáculo
que pensamos repetido, mas que nunca se repete. Viver horas inéditas e nunca as
mesmas emoções. O dia. Amo o tempo e esse doce sabor de brisa que engolimos
dia, noite, com a lua e o sol, o vento, a chuva, o dia, ele, de novo. Surpresa
sempre.
“Já não tenho medo do mundo
Trago nesses pés o vento
Pra te
carregar daqui”
Sem medo, carrego
o dia em vento nos passos que caminho. Manhã. Início. O dia, ele que é medida,
que é pedida, pedido, perdido e encontrado em pequenas pausas em que sabemos
existir. Em que sabemos que ele existe e já se foi, já se vai. Mas volta para
nossas mãos como a noite em abraços. Sempre. De novo.
“Mas você
sorri desse jeito”
Porque alguns
sorrisos são como sóis em fins de dia. Espetáculos sempre inéditos. Nada em
vão. Nada passa. Fica. Inspira o próximo passo, respira a próxima dança, a
próxima música, aspira o próximo encontro, transpira o próximo beijo. Cansaço
de quem se despede, surpresa de quem sempre reinicia. Fita K7 com música de
férias, de pôr de sol, de retornar, de recomeçar, de reencontrar.
“A cidade vai
pensar
Que nada
aconteceu em vão”
Música de caminhar: Vermelho –
Marcelo Camelo
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