21 abril 2015

VER O SOL SE PÔR VERMELHO...




Maria Amélia Mano


Aos que comigo partilharam a caminhada e o sol se pondo.


             Retorno de férias de março. O ano agora, sim, recomeça. Novo ciclo. Planejo meus desafios e minhas caminhadas ao redor do Parque da Redenção, sempre acompanhada de música e algum plano para o dia, alguma lembrança, algum pequeno sonho descansado no café na Rua da República. A música recomeça...

              “Ver o sol se pôr vermelho”

           Ontem, entre amigas, lembramos das fitas K7, BASF, TDK, Sony... Fitas “temáticas”: música para viajar, música para caminhar, música para dormir, música para dançar, música para caminhar... Sim, tenho as minhas. Escuto música de caminhar fora do contexto cotidiano e já tenho vontade de saltar do ônibus, da mesa, do avião e sair por aí...

“Mas você me chama pro mundo
E me faz sair do fundo de onde eu tô de novo”

          E volto para o mundo. Planejo e organizo meus novos horários do semestre. Lembro, ao começar a caminhar, que nos últimos dias assisti ao sol se pôr em três lugares diferentes. Lugares mágicos: Chapada dos Veadeiros - Goiás, Garopaba – Santa Catarina e Colônia de Sacramento – Uruguai. Cerrado, mar e rio...

             “Sigo o sol na cidade
              Pra te procurar”

E procuro sentido, feliz. Penso no quanto sou sortuda em poder assistir a um espetáculo que pensamos repetido, mas que nunca se repete. Viver horas inéditas e nunca as mesmas emoções. O dia. Amo o tempo e esse doce sabor de brisa que engolimos dia, noite, com a lua e o sol, o vento, a chuva, o dia, ele, de novo. Surpresa sempre.

“Já não tenho medo do mundo
Trago nesses pés o vento
Pra te carregar daqui”

Sem medo, carrego o dia em vento nos passos que caminho. Manhã. Início. O dia, ele que é medida, que é pedida, pedido, perdido e encontrado em pequenas pausas em que sabemos existir. Em que sabemos que ele existe e já se foi, já se vai. Mas volta para nossas mãos como a noite em abraços. Sempre. De novo.

“Mas você sorri desse jeito”

Porque alguns sorrisos são como sóis em fins de dia. Espetáculos sempre inéditos. Nada em vão. Nada passa. Fica. Inspira o próximo passo, respira a próxima dança, a próxima música, aspira o próximo encontro, transpira o próximo beijo. Cansaço de quem se despede, surpresa de quem sempre reinicia. Fita K7 com música de férias, de pôr de sol, de retornar, de recomeçar, de reencontrar.

“A cidade vai pensar
Que nada aconteceu em vão”


Música de caminhar: Vermelho – Marcelo Camelo

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