Maria Amélia Mano
Então, o grupo de WhatsApp do trabalho começa a
ficar gigante e poluído. Gente que entra e sai. Gente que não convive mais.
Gente que manda foto de festa e gente que manda opinião política. Gente que
manda notícia polêmica. Gente que manda lista de remédio que falta. Colega
resolve criar segundo grupo, "mais sério", menos confuso. Acho ruim,
mas acato. Lá estou em em mais um grupo.
Espio as mensagens do WhatsApp do novo grupo de trabalho. Uma série de
mensagens da mesma colega. Menina gente boa.
- Oi amor
- Saí e tu estavas dormindo, não quis acordar
- Deixei meu cartão do banco na mesa
- Pague as contas
- Saque o dízimo
- E dinheiro para a tua mãe
- Veja o saldo
- E deixe o cartão em casa
- Tu tens que levar todas as roupas que estão no varal em frente à porta
- Fazer a malinha da Lucinha (a filha pequena, mais nova)
- Podes colocar o vestido rosa que a dinda deu
- E o chinelinho
(... tempo ...)
- Gente!
- Desculpe!
- Mandei mensagem errada...
-Tem que dar as coordenadas pro marido... Lucinha vai viajar pela
primeira vez sozinha
- Escoteiros
- Aff! É muito zapzap!
Então, sorrio. A ternura sempre conspira com a leveza para
arrumarem um jeito de furarem o cerco da rigidez e tornarem nosso dia
melhor.
Boa viagem, Lucinha!!!!
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