Cruz de estrelas
Apontando o sul
Norteando a terra
Talismã de luz no céu do planeta
Punhal brilhante
Rasgando a noite
Da solidão brasileira
[Renato Braz - Cruzeiro do Sul]
nova cajamarca. 2432.
o astronauta desperta
vomita o gel da hibernação
auto-engano
esperança vã
escuta surda
observação cega
perda da oportunidade
negação das metamorfoses do mundo e das pessoas
como quem cai do ninho sem perceber os avisos prévios
cai cai
sem flutuar, sem asas sequer
no agreste da palavra
há desconhecido no por vir
como o desejo, a vontade de proximidades, de coisas hoje inexistentes,
distorcem o real
que não existe
cai na real cara
o trem já foi-se embora
vai procurar um doce para consolar ou reinventar
mas ele não cai
prefere flutuar e hibernar
como os corpos criogenizados para um futuro insuspeito
indefinido
porque mesmo no começo do sonho
ele sente essa luz da alegria que ele aprendeu
ele sabe que por esse caminho irá ver novos encantos
algum dia
na real
do teu beijo
meu bem
Muito bom. Gosto muito de ficção científica.
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