Para a tuna.
Icarai. 16:53.
Certamente
O mar está contaminado
As areias sujas
Os humanos infelizes e ansiosos
Os barulhos insuportáveis
O bolso furado
O cheque especial e perverso crescendo
Certo é
Que estás a mil duzentos e vinte e dois kilómetros desta banca de praça calma
Certamente escurece de maneira dourada
Estrelas lutam por sair e ser vistas
Brisas torcem por ser sentidas
Sapatos de salto por ser ouvidos
Tudo é aquilo que não percebo
Eu
Simples
Sem corpo sem presente
Pleno de futuro
Vejo em tudo
A forma de uma boca
O cheiro suave de uma pele
A suavidade da presença ao amanhecer
As luzes sobre o corpo arredondado
Um viver que virá e está ali mesmo
Enquanto o caos da saída do serviço explode
Eu enxergo a última luz dourada da enseada de Icarai
E acaricio o universo inteiro.
[JWU publica às 2as, abusivamente]
Nenhum comentário:
Postar um comentário
O que tem a dizer sobre essa postagem?