Maria Amélia Mano
A
casinha antiga, um portãozinho de ferro baixo, o focinho de um cão dorminhoco,
um canteiro de manjericão, o capacho na porta de entrada com dizeres bem-vindo,
barulho da panela de pressão, cheiro de feijão.
Ela
abre a porta de avental e um pano de prato nos ombros. Sei que cheguei no céu e
quero agradecer.
Lembro
das musiquinhas de infância de igreja e das pequenas orações escritas a mão,
guardadas debaixo do travesseiro. Pra lembrar todas as noites de agradecer, de
pedir um desejo, de ter esperança.
Mas
não sei se rezo séria ou sorrindo, se não toco ou se acaricio. Se rezo em prosa ou poesia. E assim fico, olhando o mundo com esse assombro de alegria.
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