29 janeiro 2024

NO MAR?

 



NO MAR?

No início era mais uma conversa dentro mesmo. “Mar não tem cabelo”, “correntes de retorno”, “ondas violentas”, “puxa para o fundo mesmo”, “rodamoinhos” e o medo viajando entre as falas, borbulhando numa água inexistente externamente.

Passou a ser um desafio, enfrentar uma ondinha que fosse, poder ser “de coragem”. Buscou pisar na areia e ir até a arrebentação sem chorar, sem tremer. Precisou confiar na guia desta jornada. A professora deu apoio físico com o material de segurança, deu a mão, deu dicas, acompanhou de pertinho. Venceu a barreira do entrar até onde não dá pé!

Então veio o exercício, vieram as braçadas, o bater as pernas e pés com a cabeça dentro da água. Conseguiu entrar no ritmo da respiração junto com os movimentos, coordenar nado, respiração e deslocamento e ir acompanhando outros nadadores no grupo. Começou a se sentir firme, a segurança se fez evidente, a satisfação de superar as dificuldades e o medo aumentando aos poucos, já usava o apoio da boia fora do corpo, mais como apoio mesmo e não “muleta”.

Nova fase a experiência de nado no mar, prazer! Saber que mesmo com correnteza, com ondas e com água fria era capaz de sair com o grupo e ter a professora para orientar, mas de forma livre, leve e atenta, desfrutando do bem-estar de estar na imensidão das águas abertas, usando este estado de estar “entregue” e ao mesmo tempo acolhido ... uma oração.

                                                                                                          Maria Lúcia Futuro Mühlbauer

Escreve às segundas-feiras

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