NO MAR?
No início era mais uma conversa dentro mesmo. “Mar não tem
cabelo”, “correntes de retorno”, “ondas violentas”, “puxa para o fundo mesmo”, “rodamoinhos”
e o medo viajando entre as falas, borbulhando numa água inexistente
externamente.
Passou a ser um desafio,
enfrentar uma ondinha que fosse, poder ser “de coragem”. Buscou pisar na areia
e ir até a arrebentação sem chorar, sem tremer. Precisou confiar na guia desta
jornada. A professora deu apoio físico com o material de segurança, deu a mão,
deu dicas, acompanhou de pertinho. Venceu a barreira do entrar até onde não dá
pé!
Então veio o exercício, vieram as
braçadas, o bater as pernas e pés com a cabeça dentro da água. Conseguiu entrar
no ritmo da respiração junto com os movimentos, coordenar nado, respiração e deslocamento
e ir acompanhando outros nadadores no grupo. Começou a se sentir firme, a
segurança se fez evidente, a satisfação de superar as dificuldades e o medo
aumentando aos poucos, já usava o apoio da boia fora do corpo, mais como apoio
mesmo e não “muleta”.
Nova fase a experiência de nado
no mar, prazer! Saber que mesmo com correnteza, com ondas e com água fria era
capaz de sair com o grupo e ter a professora para orientar, mas de forma livre,
leve e atenta, desfrutando do bem-estar de estar na imensidão das águas
abertas, usando este estado de estar “entregue” e ao mesmo tempo acolhido ...
uma oração.
Maria
Lúcia Futuro Mühlbauer
Escreve às
segundas-feiras
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