COMO SERÁ DAR A VOLTA POR CIMA?
Nenhuma volta a ser considerada, a princípio um golpe e um
susto, depois de um tempo recuperação e reajuste? Quem nunca teve este revés
não tem como imaginar de verdade. Pode tocar na mão do outro, experimentar em
si a presença, mas espelhar mesmo.. nem
de longe. Cada um tem uma história, com os sentimentos próprios.
Vem uma foto de uma prótese de perna numa cadeira de
arquibancada num estádio de competição provoca emoções diversas. No meu caso,
um sentimento de respeito profundo pelo dono da prótese que caminhou na
superação do que possa ter ocorrido a ponto de participar de uma Paralimpíada,
e outro sentimento de admiração pela sensibilidade do artista que fez a foto de
tamanha sutileza. É homenagem sensível, reconhecimento da vida que segue, dos esforços
dos treinos, e do olho acurado nos detalhes do entorno, resumindo: beleza e
arte da vida, numa Olimpíada cheia de
momentos interessantes, torcidas e medalhas, conquistas maiores ou menores ( só
de estar no evento é uma conquista).
E para quem está de
casa, vibrar, se orgulhar esse inspirar neste clima olímpico é o que mantém a esperança
de confraternização, de cooperação dentro da competição, da possibilidade de fraternidade
nas conquistas, da possibilidade de recuperação de um contato com o outro, com
a natureza, com a capacidade humana de contornar e dimensionar dificuldades e chegar
à soluções.
Que sejamos estes atletas na recuperação da natureza, de
nossas águas, matas, flora e fauna, da nossa vida planetária, podendo deixar
nossas próteses e sair para dar uma voltinha, mas podendo voltar e recuperar
nossos instrumentos de seguir em frente.
Maria Lúcia Futuro Mühlbauer
Escreve
às segundas feiras
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