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06 novembro 2015

O QUE TENHO DE BOM (PARA DIZER) SOBRE O SISTEMA DE PARTIDOS POLÍTICOS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

Tatuagem de parede - Fotografada próximo ao DCE na UFPB - outubro de 2015
Ernande Valentin do Prado

O novo filme Exterminador do Futuro, Genesis, se não chega ser bom, é bastante aceitável. Isso de voltar no tempo dá infinitas possibilidades de recontar a mesma história o tempo todo e ainda assim ter algo de novo e coerente. A gente já tinha visto uma história ser a mesma e ao mesmo tempo diferente em Jornada nas Estrela (na minha opinião a melhor recriação até agora). Mas se não dá para dizer que O Exterminador do Futuro - Genesis, é bom, ao menos dá para dizer que não é ruim.
Uma revelação que tive vendo o filme: nós, seres humanos, temos uma capacidade imensa de ver nossos próprios defeitos, nossas grandiosidades e, humanizar o que por natureza não é humano. As fábulas, em que animais falam e apresentam sentimos e comportamentos coom se gente fossem, são um exemplo, um gênero inteiro sobre essa transmutação de nós em outros seres e dos outros seres em nós.
Pinóquio talvez seja, em minhas lembranças ao menos é, a primeira criatura inanimada a tomar forma e jeito humano, o que veio depois, com os robôs, é uma variação. Algumas muito bem feitas, por sinal. Quem não se lembra do filme mais triste já feito na história do cinema: Inteligência Artificial, em que um robô programado para amar a mãe vai até as últimas consequências para cumprir sua programação, mesmo sendo desprezado?
Alguns seres humanos parecem ser programados e fazem isso também, mas isso é outra conversa. Tem duas coisas interessantes que constatei vendo o Exterminador do Futuro, gênesis:
1.   Maquinas adquirem comportamentos e sentimos humanos e podem ser, algumas vezes, mais humanas do que os humanos. Isso não deixa de ser verdade.
No dia seguinte li na internet que na Grécia começou a rodar ônibus sem motoristas. Vi nisto um exemplo do que as máquinas podem fazer melhor do que os seres humanos. Quem já rodou nas linhas 303, 5605, 2515, 5210 em João Pessoa (ou em qualquer linha em Aracaju, em Sergipe) sabe que os motoristas não podem ser seres humanos. Ou melhor (quer dizer, ou pior), são seres humanos que perderam a capacidade de ser humanos, de sentir como sentem outros seres humanos. Penso que, dessa forma, justificam os péssimos salários que ganham, a falta de investimentos dos empresários no profissional, na capacitação, na melhoria das condições de trabalhos, que realmente são péssimas. Empresários do transporte coletivo (com raras exceções – não conheço nenhuma - assim como de outros setores (ao menos como regra) só se interessam pelos lucros. Empregado é como carne no moedor, como laranja que depois de chupada, joga-se o bagaço no lixo ou pelo chão mesmo (eles moram em Miami).
Máquinas podem ser programadas para agir como seres humanos e isso é irreversível, ao menos no cinema. Isso se vê em o exterminador do futuro, onde uma máquina é programada para proteger o ser humano e dá a vida por isso, também se vê em Blade Runner, em que androides assassinos desenvolvem sentimos e empatia humana e passam a valorizar a vida, até do inimigo; vê-se em Galáctica, em que Cylonios trocam de lado na luta e não voltam atrás nem ao perceber o quanto um ser humano pode ser sórdido. Mas será que seres humanos maquinizados podem voltar a ser seres humanos?
Isso quase nunca dá certo (ao menos no cinema).
2.   Seres humanos são capazes de agir como máquinas, embora podendo escolher fazer isso ou não, quase sempre (mesmo tendo que arcar com as consequências). Nesse filme temos dos dois lados: a máquina fazendo o trabalho que deveria ser feito pelo ser humano e faz isso bem melhor, com dignidade humana e o humano fazendo o trabalho da máquina, e fazendo isso como uma máquina exemplar, sem amor, sem dignidade, sem refletir por um minuto sequer, sem ter dúvidas ou melhor, sem se permitir ter dúvidas.
Acho tudo isso perturbador, por ser, ao menos para mim, meio que um retrato das atuais possibilidades humanas.
Quem nunca viu, por exemplo, o empregado defender o direito do patrão de ter lucro e explorar, até melhor e com mais fúria do que o patrão? Quem nunca viu a vítima ser tomada culpada por ser estuprada, por ser roubada, por estar doente, por ser pobre, por existir?
Então, humano fazendo o papel de máquina e máquina o papel de humano, deve ser possível também.
Bom! Sobre o que tenho de bom (para dizer) sobre o sistema de partidos políticos na república federativa do brasil: não consigo lembrar de nada, antigamente (bem antigamente) sabia alguma coisa, mas agora, sinceramente não lembro de nada. Mas ao menos falamos sobre exterminadores humanos e humanos exterminadores.

[Ernande Valentin do Prado publica na Rua Balsa das 10 às 6tas-feiras]

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