![]() |
Canto Lunar. Imagem capturada no Google, 2019. |
Estela Márcia Rondina Scandola
O sonho tinha desconcertado Lili,
Nuvens em sonho eram mortes
Lembrou-se que não queria mais a intuição
Ela aumentava a aflição
Minha lua navega serena
Vai de ipanema ao céu do irã.
Para ela a moda não é tudo a guerra
Não duvida o dia de amanhã.
Vai de ipanema ao céu do irã.
Para ela a moda não é tudo a guerra
Não duvida o dia de amanhã.
Levantou-se zonza para o velório
O fúnebre era o afeto de um afeto, não era o seu
ainda
Banhou-se de luz, respirou calma e teimosa
Lembrou-se de enviar azuis para os afetos
Minha lua corre apaixonada
E a passarada segue o seu corcel.
Oh lua, oh lua rainha
Oh a lua é minha, é de quem quiser
E a passarada segue o seu corcel.
Oh lua, oh lua rainha
Oh a lua é minha, é de quem quiser
Entrou firme e abraçou os afetos
Entre tantas gentes eram poucos
Nutriu-se de luz e foi ao corpo
Emitiu luzes e viu a calma no
entorno.
Oh a lua, a lua é das princesas
E com mais certeza será dos garis,
Dos cantores, dos trabalhadores
Será dos atores quando a noite cair.
E com mais certeza será dos garis,
Dos cantores, dos trabalhadores
Será dos atores quando a noite cair.
Cheia de calma e luz foi ao pasillo
de flores
Coroas desfilavam com amarelo
mandando
Lembrou-se da mãe na urna e o cheiro
nauseou
E, ao levantar os olhos buscando
saída o encontrou
E será também dos prisioneiros,
Será dos canteiros e do chafariz
Oh lua, a lua da cidade,
Da humanidade e de quem quiser.
Será dos canteiros e do chafariz
Oh lua, a lua da cidade,
Da humanidade e de quem quiser.
Ele era de sua data
De outra época em que se sonhava
Vinha leve, vívido e em afagos
E o riso ímã fez o encontro das luzes
Minha lua corre apaixonada
E a passarada segue seu corcel.
Oh lua, oh lua rainha,
Oh a lua é minha é de quem quiser.
E a passarada segue seu corcel.
Oh lua, oh lua rainha,
Oh a lua é minha é de quem quiser.
Abriu os abraços e se encontraram em
braços
Suas vidas todas mudadas em feitos e desfeitos
Riram de dores, choraram de alegrias.
Todas e em cada uma
Das informações dela ele as tinha; as
dele nenhuma
Oh a lua, a lua é das princesas
E com mais certeza será dos garis,
Dos cantores, dos trabalhadores,
Será dos atores quando a noite cair.
E com mais certeza será dos garis,
Dos cantores, dos trabalhadores,
Será dos atores quando a noite cair.
No check list atual começaram pelas paixões: os
dois intensos
Nas profissões: ela apaixonada e ele disperso
Nos casamentos, nenhum dos dois
Perguntaram da política: ele Bolso e ela Boulos.
E será também dos prisioneiros,
Será dos canteiros e do chafariz.
Oh lua, a lua é da cidade
Da humanidade e de quem quiser.
Será dos canteiros e do chafariz.
Oh lua, a lua é da cidade
Da humanidade e de quem quiser.
O caixão foi descendo com centenas de
flores
Trocaram o telefone e ele chorava,
tinha afeto
Ele: Eu sou ateu. Acabou, acabou.
Você ainda reza, ouve tarancón¿
Ela: Eu medito, respiro e ouço
tarancón.
Ele: Mas você continua comunista¿
Ela: Cada vez mais... (pensou e não
falou:Você desistiu¿ )
Abraçaram abraços abraçados.
Ela lembrou-se da dor e delícia da
amorosidade
O quanto o corpo pede uma fogueira,
E a alma pede uma lua cheia
[Estela Márcia
Rondina Scandola é uma convidada. Convidados publicam Rua balsa das 10
aos domingos]