Ernande, 2016. |
Ernande Valentin do
Prado
Segurei firme e apertei com cuidado para a maçanete fazer o menor barulho possível, afinal, já era quase duas horas da manhã.
Ao entrar no quarto
não acendi a luz, observei o ambiente apenas com a luz de vigília. A neta,
sempre presente, dormia na cama do acompanhante. Não a acordei.
Dona Isaura
respirava lentamente e sem esforço, em paz. Dava para ver a vida se esvaindo.
Segurei sua mão por um longo tempo, em pé ao lado da cama. Quase certo que
seria nosso último encontro, depois de outros natais, páscoas e dias comuns
vividos juntos.
Sentiria saudades,
no entanto sabia que já era hora dela ir.
[Ernande Valentin do
Prado publica no Rua Balsa das 10 às 6tas-feiras]