Ernande Valetin do Prado
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Santa Cruz. Ernande, 2018. |
Estudou. Formou-se com as melhores notas da
faculdade. Conseguiu um bom emprego, invejado por muitos.
Conheceu uma boa moça, namorou, casou, teve um
filho. Viviam em paz, harmonia, admirados por quem os via e conhecia. Criou o
menino, educou, o melhor que pode. Ser pai, mãe é uma tarefa dificílima.
Destacou-se na comunidade como pessoa sincera,
honrada, exemplo de dignidade e de profissionalismo. Bom cidadão, bom cristão,
estimado pelos vizinhos, amigos, companheiro de congregação.
Aos 28 anos, perdeu a mãe, uma santa a quem amava
muito.
Aos 30, perdeu o pai, severo, honesto, digno e
justo. Ficou ao seu lado no leito até o último minuto. Cumpriu todos seus desejos,
até os mais doloridos, garantiu nos mínimos detalhes que o velório e
sepultamento fosse conforme suas instruções.
Depois, perante toda comunidade, com a mesma
dignidade, foi viver seu amor proibido, como seus pais talvez não aprovassem.
[Ernande
Valentin do Prado publica no Rua Balsa das 10 às 6tas-feiras]