31 agosto 2015

dizer nada e a verdade da poesia [Julio Wong Un]

esta é a filmagem de uma fala. a fala em imagens,

as vozes emocionadas, alegres, brincantes ou brincalhonas,

as passagens, as pausas, as interrupções,

amo o ausente por trás da tela, aquilo que nos olha e olha desde a imagem

sendo registrada. os homenzinhos no palco e na risada são complemento.

importante era o redódromo com redes invisíveis

os pássaros de bico vermelho que cuidavam das crias e saudavam o Brandão



como se cria uma fala? como se recria ao sentir o som da risada, o suspiro, a emoção suscitada, o bocejo estrondoso, a luz azul da tarde de Goiânia,

as anedotas,

o movimento do celular que filma porque alguém ocupa o lugar, a ternura

das amigas e dos amigos, a frustração dos 30 que não puderam entrar, a cumplicidade dos 75 em sala de 50?



assim. só agradeço sem dizer nada ou dizendo tudo com o nada.



sabe-se mas esta fala foi presente para o meu amigo/mestre/exemplo

Eymard Vasconcelos

e foi iluminada pelos grandíssimos amores presentes que me deixam em estado

de poesia como diz meu amado Chico César.



Vai então este filme para vocês. Com placas de Diamantina e arredores. Com sabores doces goianos e mineiros, com luz de manhã de Olinda e aconchegos de penumbra de Natal, com passo a/com/passado em sampa e rio.



Vai para que alguém tenha a paciência inesperada de assistir. E de reinventar.







[Julio Wong escreve na Rua Balsa das 10 de forma totalmente indisciplinada]


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