03 abril 2017

beijar a mão no confim [Julio Wong Un]


para o Marmo, 
com a benção dos orixás


irei falar do bem, do bom, do ser bom, da bondade irradiando

aos domingos há baião de dois
precinho bom 40 reais serve três com fome
aos domingos há jogo - FLAFLU no caso
e eu chego pedindo ao mineirinho já uma Heineken estupidamente
sozinha
porque tem que criar cara boa alma boa boas energias amores verdadeiros
para subir o elevador e ver onde se refugia a alma boa
dos terreiros, das estradas, dos lugares secretos, da festa e da sacralidade simples e sorridente

ele, quietinho e mesmo desanimado, preenche o quarto com energia boa

porque todos somos dignos
porque todos temos o direito de ser e sonhar
porque esse meu amigo foi criando sonhos bons ao longo da vida inteira
e sei que multidões de seres agradecem gestos, broncas, beiços, risadas, teimosias, viagens intensas, tanto que teceu este menino, que ao longo de todo o espaço é falado e celebrado

todos pendentes, todos torcendo, todos em prece contínua

o encontro acontece
não irei falar
porque quem sabe cala e quem fala nada sabe

só vale escrever da luz intensa - azul ténue, cor de céu,
que eu vi a todo momento nele, o ogã, o fazedor de mundos e alegrias dos jovens, dos pais e das mães, o rebelde revoltado e brincalhão,
e que quando ríamos e floriam piadas ele voltava, o pequeno exú, o menino alegre que em pouco tempo nos trará a magia da risada mais uma vez
a crítica certeira e irônica, o amor afiado por todos,

a flecha, a espada, o riacho e o manancial
o abençoem
meu irmão
meu tempo,
meu agradecimento

vamos todos reinventar o nosso ilê
com a graça dos orixás











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