02 julho 2018

Nublado






De que maneira somos estrelas ?
De que maneira nos recolhemos?
De que maneira o corpo se apaga?
De que maneira o mar nos erosiona a alma?
Umidades repetições maresias 
De tempos em tempos as pontes liberam 
Uma moça de vermelho no meio do frio abre o sorriso
E lembra o abraço do Amor esse instante dentro de tudo
No final da hora de 6 já fizemos tanta coisa 
Ganhei um beijo na bochecha uma visão de seres sumindo na névoa 
Escolhi os objetos da mochila 
A roupa vermelha para aquele sorriso fantasma 
Subi no navio enorme que chacoalha e invade a Avenida Brasil
De que maneira estou mais presente? 
Escuto o mundo sinto sua música sinto um corpo ausente e impossível me cobrindo 

Mas isso tudo pelo fato positivista de ser segunda-feira 
De ter jogo
De ter companhia em casa 
De ausentarme de mim mesmo e do passado 
Tão somente hoje 
Como no reiki ou nos grandes amores

E escrever no balanço do ônibus em penumbra. 

Hoje fui do mar um instante e sem me molhar.

Estou nublado mas brilho. 

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