Maria Amélia Mano
O tempo da
imensa delícia é segundo, é instante. O tempo do imenso suplício, do sacrifício
é século, é quase eternidade.
Entre o grande
sorriso e a grande lágrima, esses pequenos tempos de pequenas alegrias, de
encontros ao acaso, de diminutas coincidências, de restinho de por de sol de
fim de dia.
Também os
pequenos tempos de pequenas rugas na testa, de desencontros, desnecessários
desentendimentos, palavras boas esquecidas ou palavras ruins ditas.
Entre os
grandes, os pequenos, do melhor e do pior, das dores e prazeres, entre tudo e
todos, elas. Sim, não há nada nem ninguém, não há mundo, não há vida sem elas.
Intervalos,
pausas, vácuos, elas. Tão esquecidas, imensas, intensas, valiosas, perdidas,
achadas, elas.
Sempre elas.
As esperas, as esperas.
# Texto de 10
minutos da Oficina de Narrativa da Unidade de Saúde Santíssima Trindade
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