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Vai passar, imagem capturada com o google, 2019. |
Ernande Valentin do
Prado
Existe
uma condição, que certamente Bolsonaro e seu seguidores ignoram, não sei se por
vontade própria ou por pura ignorância honesta, que é o fato de ditaduras, de
direita, de esquerda, religiosa ou empresarial, não pode prescindir de armas.
Armas
de fogo mesmo: fuzil, pistolas, tanques blindados, cortes de verbas para
universidades, soco na cara, segurando na coronha do revólver. E, neste caso,
pouco importa se estas armas são do exército, da polícia, das milícias ou de
apoiadores do regime. Ditaduras não sobrevivem sem usar a força bruta.
“Pé na
porta, soco na cara…”
Outra
coisa que essa gente não pode admitir, sob pena de perceber o quanto absurdo
está o mundo e estão eles em especial: em ditaduras não existe direita e
esquerda, existe a força. Neste sentido todas as ditaduras são iguais, pouco
importa se a de 1964 no Brasil, a ditadura bolivariana da Venezuela, a Chinesa
ou a Chilena do assassino em massa Pinochet (devidamente elogiado por
Bolsonaro). Todas usaram da força militar para se manter no poder. Sem os
militares não existiria ditadura. É por isso, entre outros motivos, que
Bolsonaro tem mais em comum com Hugo Chávez do que o PT, por exemplo.
Na
ditadura todos acabam sendo vítimas, até os seguidores mais fiéis (o Bibiano
sabe bem dessa condição e agora a Janaína Pascoal, o Kim e outros), isso porque
o estado ditatorial precisa instituir a desconfiança de todos contra todos e
ninguém é suficientemente linha dura para a ditadura, e para o Carluxo.
As
ditaduras sempre têm justificativas, o golpe militar de 1964, que instaurou uma
ditadura cruel e assassina no Brasil por 21 anos, tinha como justificativa
evitar uma “ditadura Comunista”. E é sempre assim, nenhum ditador aceita que
está dando o golpe para impor a sua vontade, para enriquecer, para roubar sem
ser investigado e sem possibilidade de ser punido.
Bolsonaro
não é um ditador, ele foi eleito pelo voto. Mesmo considerando que o processo
eleitoral foi anômalo, que houve influências e manipulações do judiciário, de
um juiz em especial que vendeu uma condenação em troca de uma boquinha no STF,
da imprensa e de empresários com compromisso com seus lucros e não com as
pessoas e com a sanidade mental do país.
O fato
de não ser uma ditadura o que estamos vivendo com Bolsonaro, não significa que
seja uma democracia. A democracia não pode ser definida pela vontade da maioria
dos eleitores ou pela existência de eleições. Ou será só isso mesmo?
Neste
mesmo raciocínio dá para dizer que Lula é um preso político, não por ser
inocente (que não sei se ele é e nem sei se existe político inocente no Brasil
e no mundo), mas porque há muitas evidências de que a maioria dos trâmite
jurídico foram desrespeitados para o condenar, além disso, há centenas de
meliantes da política livres para confirmar o estado de exceção da prisão dele.
Cadê o
Queiroz, por exemplo?
Uma
outra característica das ditaduras é se apoiar nas palavras de Deus, na moral,
nos bons costumes e em nome disso cometem-se todo tipo de pecado, como mentir,
roubar, matar, levantar falsos testemunhos. E se quem faz tudo isso, o faz em
nome de Deus e para evitar os comunistas, parece que o Malafaia te perdoa.
Sobre
ditadura em nome de Deus, sobre o estado de vigília de todos contra todo, vejam
ou leiam: “O conto da Aia”. A história escrita, por Margaret Atwood, é
surpreendentemente realista, retrata um estado teocrático e totalitário em que
as mulheres são vítimas preferenciais da opressão, tornando-se propriedade do
governo, e o fundamentalismo se fortalece como força política e religiosa,
inclusive com apoio de outras mulheres (não é Damaris?).
A
história parece ter sido escrita inspiradas nas ideias de Bolsonaro ou de
Donald Trump, mas não foi, o livro foi editado pela primeira vez em 1985, bem
antes da notoriedade destes dois dementes. Parece, ao contrário do que pensam
os seguidores deste elemento, que suas ideias não são nada originais, são
apenas um amontoado de repetições de bestialidades históricas que estão soltas
em várias partes do mundo e em épocas diferentes.
E,
assim como aconteceu em outros lugares e épocas, vai passar.
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