Maria Amélia Mano
Câmeras de segurança em todos os lugares. Celulares em todos os lares. Radares para todos os piches nos mares.
Farelos para todos os pombos. Tambores para todas as dores. Deuses para todos
os templos. Tempos para todos os amores. Amoras para todas as crianças.
Lembranças para todos os insones cheios de culpas. Multas para todas as
pressas. Passos para todas as danças. Lanças sem pontas e heróis sem armas para
todas as guerras. Terras para todos os que plantam. Pluma para todos os que
voam. Vida para todos os que esperam. Estrelas para todos os que se perdem.
Perdão para todos que pedem. Pés para todas as estradas. Fadas para todas as
histórias. Memórias para todas as fotos. Fitas para todas as festas. Cestas
para todas as fomes. Nomes para todas as mortes. Mapas para todas as buscas.
Barras para todas as saias. Maios para todas as mães e noivas. Noites para
todos os suores. Vapores para todas as festas. Frestas para todas as portas.
Aortas para todos os corações. Solidões para ninguém. Desdém para todas as publicações
compartilhadas e curtidas. Partidas para todos os que precisam ir. Sorrir para
todos os que precisam ficar. Fio de esperança para todos. Para todos. Quem
dera.
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