Indiscutivelmente
uma praia, um coqueiro e um por do sol fazem diferença. Quem consegue manter-se
taciturno se repara nestas coisas? De verdade, ficar taciturno é da natureza
humana já que nem tudo são flores na nossa vida, na nossa cabeça e no nosso
coração. Mas quem mora perto de um lugar com esta vista... tem muita
dificuldade de se manter taciturno.
Pois é,
vinha eu caminhando de volta sei lá de
onde, pela praia de São Francisco, quando me deparei com um velhinho, beeeem velhinho, sentado numa cadeira de
praia também velhinha tomando água de coco na fruta e olhando embevecido para o
por do sol na raia.
E, enxerida que sou,
fiz questão de quebrar o clima e dar boa tarde. Fiquei imediatamente
arrependida com o susto que ele levou. Entre me desculpar e sair, senti a mão me
pegando a beira do vestido e me puxando. Ah! Disse-me ele, estou aqui sonhando
e você me trouxe para o chão (mais arrependimento!), mas foi bom, continuou,
estas foram as primeiras palavras que escutei hoje. Sabe eu moro sozinho
com a minha cachorra.... e ela não fala.
E ficamos calados ali até o sol se por.
E ficamos calados ali até o sol se por.
Maria Lúcia Futuro Mühlbauer
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