05 outubro 2020

NEM SEMPRE É PRECISO MAIS


 

NEM SEMPRE É PRECISO MAIS

 

Os hábitos de leitura estavam adiados, esquecidos e superados pelas tarefas corriqueiras do dia a dia e... pelo tal zap que unia os de longe, mas invadia o tempo das pequenas pausas de descanso. Precisou fazer um pequeno esforço para voltar a se dar ao luxo do prazer da leitura.

Retomou o hábito com o Livro dos Abraços do Galeano. Abriu onde o marcador de tirinhas estava indicando e:

 

“O sistema/1

Os funcionários não funcionam.

Os políticos falam mas não dizem.

Os votantes  votam mas não escolhem.

Os meios de informação desinformam.

Os centros de ensino ensinam a ignorar.

Os juízes condenam as vítimas.

Os militares estão em guerra contra os compatriotas.

Os policiais não combatem os crimes, porque estão ocupados cometendo-os.

As bancarrotas são socializadas, os lucros são privatizados.

O dinheiro é mais livre que as pessoas.

As pessoas estão a serviço das coisas.”

 

Deu um suspiro e fechou o livro.

Tinha lido mais que o suficiente.

 

 

 

Maria Lúcia Futuro Mühlbauer 

                                                                                                             Publica às segundas-feiras

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