Trabalho com botão, pregador, folhas de embrulhp e papeão feito pro José MS Carmo
A CADA DIA BASTA SEU PESO?
Ouvi da minha avó a frase “A cada dia
basta o seu peso!” por toda vida. Acho
que ela devia ter razão posto que foi longeva... morreu com bem mais de 100
anos. Na verdade, a ansiedade de saber o que vem depois, o viver no meio de
dramas de vida (pandemia de COVID 19, problemas financeiros, desemprego de
tantos, fome, violência doméstica etc etc...) turba nossa perspectiva e
acabamos assumindo um peso em nossos ombros que pode não ser necessário,
aumentamos nossa pressão, sofremos por antecipação e por impotência. Muitas
vezes mudamos as cores do mundo, criticamos demais a nós mesmos e esquecemos de
agradecer a força que temos para suportar o peso... de hoje.
Imagino que as crianças possam ter a
cura para este problema. Dou o exemplo de uma criança muito levada de 4 anos de
idade: sabe que faz uma arte, que há risco de queda ou de se machucar, mas
arrisca, pula alto e algumas vezes cai. Ah se o machucado não foi além da
capacidade de se levantar salta lépido e grita “ESTOU BEM! Estou bem!” Olhando ao redor vejo o peso de tantos
sofrimentos e a nossa incapacidade de virar o jogo, de nos colocarmos de pé e
dizer para os demais que não é preciso preocupação, que vamos dar conta deste tropeço,
deste evento triste, desta parte do problema.. vejo os adultos no chão e esbravejando que o chão está duro e machuca
e quem mandou fazer este chão... Talvez aprender com as crianças que cair faz
parte, que levantar é a outra coisa necessária e até rir da queda e gritar “ESTOU
BEM!” e partir com uma risada para outra aventura do dia. Claro que no nosso
caso de adultos as “aventuras” não são brincadeira, mas o modo com que
encaramos talvez possa ser mais leve.
Depois de uma decisão triste que
enfrentamos ontem, creio que escrever sobre leveza no dia a dia vai me fazer
muito bem. Com todas as dores e tristezas que fazem parte da vida acho que vale
cantar com Gonzaguinha “Viver, e não ter a vergonha de ser feliz”... e ainda
vamos rir de nós mesmo lidando com todas as nossas dificuldades. E
transformaremos as coisas confusas em obras de arte de reciclagem, reciclando
materiais e humores, aprendendo a ultrapassar os eventos nefastos e os pequenos
transtornos e usar como material para trabalhos futuros.
Maria Lúcia Futuro Mühlbauer
Escreve às segundas
feiras
Nenhum comentário:
Postar um comentário
O que tem a dizer sobre essa postagem?