18 janeiro 2021

 

                                                                  Trabalho com botão, pregador, folhas de embrulhp e papeão feito pro José MS Carmo

 A CADA DIA BASTA SEU PESO?

 

Ouvi da minha avó a frase “A cada dia basta o seu peso!” por toda vida.  Acho que ela devia ter razão posto que foi longeva... morreu com bem mais de 100 anos. Na verdade, a ansiedade de saber o que vem depois, o viver no meio de dramas de vida (pandemia de COVID 19, problemas financeiros, desemprego de tantos, fome, violência doméstica etc etc...) turba nossa perspectiva e acabamos assumindo um peso em nossos ombros que pode não ser necessário, aumentamos nossa pressão, sofremos por antecipação e por impotência. Muitas vezes mudamos as cores do mundo, criticamos demais a nós mesmos e esquecemos de agradecer a força que temos para suportar o peso... de hoje.

Imagino que as crianças possam ter a cura para este problema. Dou o exemplo de uma criança muito levada de 4 anos de idade: sabe que faz uma arte, que há risco de queda ou de se machucar, mas arrisca, pula alto e algumas vezes cai. Ah se o machucado não foi além da capacidade de se levantar salta lépido e grita “ESTOU BEM! Estou bem!”  Olhando ao redor vejo o peso de tantos sofrimentos e a nossa incapacidade de virar o jogo, de nos colocarmos de pé e dizer para os demais que não é preciso preocupação, que vamos dar conta deste tropeço, deste evento triste, desta parte do problema.. vejo os adultos no chão  e esbravejando que o chão está duro e machuca e quem mandou fazer este chão... Talvez aprender com as crianças que cair faz parte, que levantar é a outra coisa necessária e até rir da queda e gritar “ESTOU BEM!” e partir com uma risada para outra aventura do dia. Claro que no nosso caso de adultos as “aventuras” não são brincadeira, mas o modo com que encaramos talvez possa ser mais leve.

Depois de uma decisão triste que enfrentamos ontem, creio que escrever sobre leveza no dia a dia vai me fazer muito bem. Com todas as dores e tristezas que fazem parte da vida acho que vale cantar com Gonzaguinha “Viver, e não ter a vergonha de ser feliz”... e ainda vamos rir de nós mesmo lidando com todas as nossas dificuldades. E transformaremos as coisas confusas em obras de arte de reciclagem, reciclando materiais e humores, aprendendo a ultrapassar os eventos nefastos e os pequenos transtornos e usar como material para trabalhos futuros.

Maria Lúcia Futuro Mühlbauer

Escreve às segundas feiras

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O que tem a dizer sobre essa postagem?

Postagem mais recente no blog

DIAS DE TESTE DE PACIÊNCIA OU A PACIÊNCIA FOI PELO RALO

   - DIAS DE TESTE DE PACIÊNCIA  OU A PACIÊNCIA FOI PELO RALO   Marco foi assoviando para o trbalho, num humor leve e tranquilo. No po...

Postagens mais visitadas no blog