PASSEIO
Diabo de insônia! Acordar antes da
madrugada... ouvi até cantar um galo!
Vou levantar de mansinho para não acordar ninguém!
Pelo menos ver o sol nascer do jardim.
Pego as folhas mortas, limpo o chão e vou procurar assento para ver o sol. E
chega uma luz forte de cegar meus olhos. Tenho que fechar forte. Mas me sinto
leve, tranquila, fresca na madrugada. Também estou apenas com uma camisola de
algodão fininho... Vou abrindo as pálpebras devagarinho, com medo da luz. Mas
ela está azul e fria. Com certeza não é o sol, poderia ser a lua, dou uma risadinha
para dentro. Abro bem e olho ao redor.
Nada do meu jardim, nada de sol.. mas como uma névoa que me faz flutuar. Sinto uma
estranheza, e um medinho pequenininho pois a sensação de bem estar é imensa.
Respiro fundo, 3 vezes como no início das meditações... Leve livre e solta, rio
de mim.. faz tempo que almejo esta sensação. Parece que flutuo me deslocando
nesta névoa e vejo que ela se dissipa adiante. Temo olhar para meus pés. Já não
lembro se saí da cama e coloquei chinelos. Decido olhar para baixo mas só vejo
até minhas canelas já meias tomadas da névoa. Não imaginei um nevoeiro invadindo
minha casa, e tomando o meu jardim. Inspiro buscando o cheiro de terra, de
planta de flor. Sinto um perfume tão suave que duvido do meu olfato. Enquanto
olho ao redor aumenta minha tranquilidade, meu bem estar. Parece que a paz e
aluz estão dentro de mim e ao meu redor. Fecho os olhos e tento lembrar de
lindos lugares que me deram sensação semelhante embora menos intensa. Ah! Naquele
dia que subi a Pedra da Gávea até o topo e senti o vento no cabelo! Vejo tudo
de novo, inclusive com direito a visão panorâmica do alto! Hummmm é muito bom! Ah, e aquele areal nas dunas do Rio
Grande do Norte, quando achamos um córrego de águas cor de mate, fresquinho...
estou vendo lá embaixo a piscininha que formava! Ah aquela sensação de
plenitude no arquipélago da Anavilhanas, o Rio Negro, a floresta e o silêncio...
que bons momentos! Ah, também a praia cheio de estrelas do mar coloridas no fundo
na Ilha de Inhaca em Moçambique. E continuo viajando, passo pela Serra de Nova Friburgo vejo o
Parque dos Três Picos, sigo e vejo A Ilha do Morro de São Paulo com o por do sol
sendo aplaudido da ruínas do forte, sinto o vento vido de dentro do canion na
serra do Rastro em Santa Catarina. Num
relâmpago me vem a imagem de cruzar uma ponte suspensa sobre as canhoeiras das
Sete Quedas, aquele mundão de água passando por baixo dos pés, e as minhas pernas
até sentiram respingos. Viajei por
lugares tão lindos que a sensação de privilégio e plenitude me invadiu. Subitamente lembrei que tinha que voltar para
cama pois se o parceiro acorda e “vai que não me acha” pode se preocupar. Como
mágica estou sem nevoeiro na porta do quarto. Abro a porta silenciosamente e me
deparo comigo dormindo agarradinha com ele... Pode?
Escreve às segundas
feiras
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