SÃO FEITOS DE PAPEL
Muitas vezes pensamos
que trabalhar com escultura passa pela madeira, pedra, ferro, e nem nos damos
conta que é possível uso de matérias primas mais simples e perecíveis. Tive uma
conhecida que esculpia em frutas, fazia mesas de festas de criança com
melancias como barco, uvas e bananas como marinheiros, e maçãs como ondas do
mar. Ela uma vez, me mostrou todo um sítio com casa, cercas, árvores e
canteiros feitos com massinha. De outra vez eram esculturas em chocolate as
belezas apresentadas.
Mas ver as imagens da
imigração alemã em Petrópolis contextualizada e apresentada em figuras de
papel... com as texturas de pele, cabelo, folhas em diferentes formas do papel...
foi um deslumbre. E saber que não são duráveis como outros materiais, há traças
e cupins aguardando estas iguarias ao longo do tempo!
Foi numa exposição chamada Coragem e Fé, na Casa da Princesa
Isabel, bem na esquina em frente da Catedral que tivemos a oportunidade de ver
este trabalho de toda uma família. Mãe e irmãos pesquisam e confeccionam as
esculturas, quadros em relevo e trazem a história do início da cidade para o
presente.
Foi um deslumbramento poder estar em contato com a imagem de
D Pedro I baixinho e jovem e D. Pedro II em tamanho natural com sua altura de 1,92m com sua barba clara e abundante numa
textura de papel que encaracola! Uma árvore feita com fatias de rolos de
papelão com um jacu e suas penas pousado
num galho, uma galinha com pintinhos arrepiados do outro lado da sala. E ver a
sombra dos textos de jornal na pele dos porquinhos... a trança da menina que os
alimenta. Ah! Engenhosidade e arte, trabalho firme de criação e manutenção pois
a deterioração acontece e a “vida” destas figuras quando muito ultrapassa 20
anos. Mas que visita, as guarda para
sempre.
Maria Lúcia Futuro Mühlbauer
Escreve
às segundas feiras
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