ECHEGOU...CARNAVAL...E ELA NÃO
A verdade era que desfilar numa
Escola de Samba pela primeira vez era uma emoção indescritível, diria mesmo
viciante! Calor, medo de errar, ansiedade de desempenho impecável, insegurança
de quem não é profissional do samba... tudo junto e misturado e uma grande
alegria de fazer parte do conjunto, do brilho do enredo, de ter as batidas da
“bateria” no corpo... realmente indescritível.
Já havia participado da euforia na
arquibancada com uns amigos, os mesmo que agora me colocaram no meio do
desfile. Sambar, pular e brincar carnaval nos Blocos sempre foi um momento
feliz na minha vida carnavalesca. Mas, estar nos ensaios, desfilar estava sendo
uma coisa bem maior, misturando alegria e responsabilidade. Podem rir: o que
uma figura “figurante”, dentro de uma Ala, faria de diferença? Mas para mim era
o compromisso de diversão, arte e capacidade de estar dentro da coreografia sem
errar nem atrapalhar os companheiros.
Mas por fim, deixei a cabeça de
lado, e literalmente entrei na “Escola”, adereços da Ala, coreografia no
sangue, ritmo na alma. Cheguei à Apoteose! Literalmente.
O abraço e os sacolejos entre os
amigos, o beijo na boca da colega do lado (susto!) e o coração aos pulos
explodindo de alegria: quase infarto! Só não sei se serei capaz de repetir o
feito!
Sentei no meio fio: sem fôlego,
sem pernas, lavada em suor, emocionada, feliz e sentindo que sou uma
sobrevivente! Valeu, bastou, celebrou minha estreia e encerrou minha carreira
aos 75 anos.
“Doravante só nos degraus da
arquibancada e olhe lá!”.
(Acho mesmo que vou curtir em
casa, vendo pela TV, com meu companheiro, um copo de mate gelado e o cachorro
dormindo aos nossos pés).
Maria Lúcia Futuro Mühlbauer
Escreve às segundas
feiras
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