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28 março 2014

FUI AÍ – SAINDO DE DIAS D’ÁVILA

Ernande Valentin do Prado

Difícil demais falar de Dias D’Ávila, das pessoas e situações que lá deixei e dos sentimentos que carrego comigo. Por essa dificuldade vou falar em tópicos, já sabendo que injustiças (motivas por um memória tosca) serão cometidas.
1.            O natal passado não pôde visitar minha família de sangue. Por isso passei o 24 e 25 de dezembro na casa de Dona Lu, em Voa Vista de Santa Helena, em Dias D’Ávila, BA. Passei com sua filha, Lucimar (Em uma semana de trabalho virou minha irmã). Levou-me para sua casa, abriu as portas, deu-me (e para Bia, Alice e Larissa – Heloisa ficou em Lagarto para concluir a faculdade de Nutrição uma família nova) e os netos Rafael e Alambel. Disseram que não, mas sei que para me receber com Larissa e Alice (Bia e Heloisa foram para Curitiba), deixaram de ir para Salvador ficar com outros parentes. Fizeram um banquete. Dona Lu vestiu-se de mamãe Noel e distribuiu presentes para as crianças da comunidade, tradição antiga da família. Depois tomamos banho de rio, comemos mais. Foi um lindo natal.
2.      

3.            Yanna, calma, determinada, sabedora de onde estava e para onde queria ir, ensinou-me, entre outras coisas, a ter mais calma (mas não aprendi muito bem) e que educação sozinha não basta, precisa acompanhar, apoiar. Pena que foi embora tão logo contra a vontade de quase todos. Quando partiu fiquei desorientado, com medo, querendo ir também, mas com medo de abandonar o time.
4.            Rafael, moleque ainda, meu chefe que ficava com os cabelos em pé com as coisas que eu fazia e, sobretudo, dizia, mas apostando e correndo o risco de perder junto. Corajoso bancou apostas a beira da inconsequência (felizmente ganhamos todas). E ainda deu-me um dos presentes de amigo secreto mais significativo da minha vida (Á sombra dessa mangueira).
5.            Quando fui contratado para trabalhar em Dias D’Ávila, conheci Cíntia, que também entrava comigo no time. Dentista de formação (fez-me perder a desconfiança que sempre tive com dentistas). No primeiro dia me ajudou a arrumar casa, apoio-me nos afazeres e ambientações em uma Bahia que ainda não falava a língua.
6.            Graça, de tantos que já passaram pela secretaria, olhou-me desconfiada, sem saber se esse ficava. Um mau humor tão bem humorado que lembrava até a mim mesmo. Apoiou-me muito, mostrou o caminho das pedras e se deixou tocar.
7.            Aline, chegou depois, pondo banca e dando “jeitinhos” em tudo. Fazia-me rir e tirava-me do sério com coisas do cotidiano feminino.
8.            Rafaele, a Enfermeira que foi deslocada para área oficial de novas experiências (Nova Dias D’Ávila) e nunca achou estranho nada, nunca se recusou a nada, tudo topou de primeira. Em nome dela quero agradecer todas nas equipes que embarcaram na ideia de construir um SUS com e para o indivíduo que dele faz uso. Com a equipe de Rafaele percorri toda área rural conversando com a população e inauguramos um modo diferente de fazer gestão a partir da fala da comunidade de fato e não do que a gente “achava” ser o que a população precisava. Nesta equipe conheci ACS com “cabelo de bruxa”, Técnica de Enfermagem que canta nas horas vagas,  outra com sorriso gigante, uma terceira que se apaixonou pela área mais distante de todas,  motorista que encara buracos, lama (e também poeira) com imenso bom humor. ACD e recepcionista que apoia em tudo que é preciso, dentista que escolhe presente de amigo secreto como ninguém.
9.            Sabiny, chegou por último para ocupar o lugar que deixei (ainda não tenho certeza que deixei). Um olhar que vê coisas em poucos segundos. 15 dias de convivência, mas pareceu bem mais, pareceram meses.
10.        Fabiano Ribeiro, o primeiro e Único Secretario de Saúde com quem trabalhei até hoje que sabia o que estava fazendo e não apenas deixava o barco seguir seu rumo incerto. Conhece profundamente a gestão e montou uma equipe afinada e, sobretudo, com sonhos de um SUS real que pode e deve ser melhor.
11.        Mavie Eloy, subsecretaria de saúde. Uma mulher que passou por situações difíceis com determinação e sem abandonar os sonhos.  Entre tantas outras coisas já tratou de lobsomice com sucesso. É louca de pedra (amai-vos uns aos loucos). Nada mais quero (ou preciso) dizer.
Todas as outras pessoas maravilhosas que não consegui citar, desculpem-me, por favor.


[Ernande Valentin do Prado publica no Rua Balsa das 10 todas às 6tas]

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