Ernande Valentin do Prado
Resquícios - Ernande (2012 |
Ainda
estou aprendo a escrever (especialmente para internet), apesar de fazer isso há
muitos anos. O ambiente virtual é muito bom para divulgar, expressar-se, mas
tem algumas características interessantes, como por exemplo, o fato de que
texto longo fazer menos sucessos do que textos curtos (se bem que os textos da
Mayara desmentem isso).
O
valor do que se escreve não pode ser medido apenas pela quantidade de leitura
ou de cópias vendidas de um livro, mas quase ninguém escreve apenas para si
mesmo. Quem escrever é porque precisa expressar algo, divulgar, refletir com
apoio de outros e se a leitura não acontecer, talvez parte da intenção fique inconclusa.
Escrevo para ser lido e quanto mais gente lendo melhor (importo-me a qualidade
da leitura ou do leitor, mas não há o que fazer nestes casos)
Em
maio de 2013 publiquei O apocalipse
zumbi, um desabafo metafórico endereçado, mas que fez certo sucesso no blog
(127 leituras - pessoalmente acho que 20 leituras já são suficientes para dizer
que um texto é sucesso, ainda mais neste mundo tão fascinante que é a internet).Por
esse motivo e por inquietações que vivo constantemente em torno do tema, voltei
ao assunto (além disso, Zumbis são um passa tempo digno e interessante e está
na moda, assim como a educação popular em saúde, sobretudo a governista).
Dedico
esse texto a Alambel Magalhães, que descobri recentemente ser fascinado por
literatura fantástica e ter, quase que por acidente, iniciado estudos na área
de Educação Popular em saúde.
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Costumo
dizer que nem sempre escolho o que escrever, às vezes sou escolhido pelo tema,
pela forma de abordar determinado assunto e por mais que tente fazer outra
coisa ou desviar-me do foco, não consigo. O apocalipse zumbi tem me perseguido
com seus sinais inequívocos por toda parte: a intolerância, os protestos no
leste europeu, na oriente médico, nas capitais do Brasil, as guerras que estão
ou simplesmente são tão fúteis, a incompetência desmedida dos serviços
públicos, a corrupção desenfreada dos três poderes, a indiferença generalizada,
a ganancia dos capitalistas, entre tantos outros sinais, para mim são
evidencias de que vivemos uma era de zumbis que se alimentam de cérebros
humanos.
Fiz um longuíssimo texto discutindo a
capacidade do Google em aprender em contraste com a capacidade do ser humano de
perder sua humanidade e tornar-se zumbis. Para melhor comunicar-me com quem
tenha interesse neste assunto ou com leitores habituais, dividi o escrito,
primeiro em três partes, depois em seis e agora em sete: O Google, a educação e
o apocalipse zumbi, O Google e eu, O Google, o cuidado e o apocalipse zumbi, O
cuidado e o apocalipse zumbi, No
apocalipse zumbi é cada um por si e “deus contra todos”, O apocalipse zumbi e
os trabalhadores e O apocalipse zumbi e o admirável mundo novo.
Os
textos, como quase tudo que escrevo, embora aceitando que existam outros pontos
de vista, são “as minhas verdades provisórias”. Pretendo postar um após o outro
em sete semanas consecutivas, mas vamos ver o que vai acontecer.
[Ernande Valentin do Prado publica na Rua Balsa das 10 às 6tas-feiras]