10 março 2014

O sono e o beijo

Pelotas - 2013


descubro, aprendo, em tempos de sonolência, que o amor nos acorda
que a saúde vem do amar
que andar as ruas em sorte de beijo é deixar atrás mal-estares
que o corpo pode estar invadido
mas as luzes do verão limpam o estagnado
em cinco ou seis horas eu sinto a luz dentro de mim
as mesmas ruas viram outras
os passos repetidos despertam a carícia oportuna

assim, a receita não é viver bem para ser sadio
mas encher-se de saúde-amor para viver bem
mas isto é oferenda, presente inesperado, sempre

a força exagerada que vem do encontro
é o verdadeiro milagre

é sutil o toque ou o beijo
é aberto o tempo do sol elevar-se e dizer
é eterno o abraço dos corpos de todos os amantes
e luz que vem do olhar da criança
a missanga que é oferecida como brinquedo ou promessa

eu, bichado, em espera de utopia boa, celebro jubiloso o dizer dos amores
sou mais do que me limita, sou mais do que me descreve

te dizer, te confirmar, te saber, te mergulhar, te espaço e luz de tarde

a cada casa o sono vira beijo, a cada metro o tempo vira esperança




[Julio Alberto Wong Un publica na Rua Balsa das 10 às 2das-feiras]

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