No rumor imperceptível
Da onda do sol da nuvem evanescente
No acalanto do dia lento e bondoso
Ao dizer que se faz me recomeço
Ao respiro que toca escrevo percursos
Pela pele amada pela presença miuda
Sim. Sem algo menos a ser dito deixamos o mundo soar seu estrondo.
Sim sim sim.
Assim. Por baixo das estrelas me costuro em mim dentro do sabor dela que é eternidade dita em pele. Sempre sim.
Fim de temporal. Fim de ventania. Fim do pouco que era para o todos que sou já sempre.
A contemplação do mundo desde esse coração de proximidade se retorna se alheia se diz trapézio e corda solta
Porque voar é contigo bem-amada
Porque dizer é coisa de outros
O que é sacro se faz estalinho de lábios
Desconto de dias e tempos nossos
Recriação do primeiro dia do mundo
Acontecimentos deixados na areia
Aproximações descuidadas em desejo
Primeiros tempos primeiras histórias
Desnudos temporais de vento e frio
Onde teu cheiro resumia o universo
E
Esse cabelo pensava sem palavra criava sem matéria
Acordava sem ser sequer mas sendo lua e estrela juntas
E um pastel gigante de siri.
O silêncio no tempo sem tempo do abraço
O estrondo calado do mar no tempo dos bons ventos
Disse tanto sem dizer nada
Fosse tempo de flutuar nos tempos
Um expresso um doce de Portugal uma estrada completa no meio da areia
E observar sem pensamento o raio que faz carinho na pele
Até que a morte na sua risada absoluta
Renove o olhar profundo que nunca cessa.
[Julio Alberto Wong Un escreve na Rua Balsa das 10 quando pode].
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