Ernande Valentin do
Prado
II
Os
homens estão molhados da chuva. A água cheira mal.
Estão
com frio, com raiva, com fome, com sono.
“Vamos
acabar logo com isso.”
Tanto
trabalho por uma simples mulher.
Se o
frouxo do marido tivesse posto ordem em casa...
Caralho!
Queria ir pra casa.
O
helicóptero ilumina o galpão,
O
caveirão avança pelo rua,
Os
homens invadem.
Todos
armados, todos com sangue nas intenções,
Todos
querendo morte... (hoje).
(E
não foi sempre assim?)
Maria
não está em parte nenhuma.
O
helicóptero se afasta,
Os homens vão para casa
sem matar ninguém... (hoje).
[Ernande Valentin do Prado publica na Rua Balsa
das 10 às 6tas-feiras]
Nenhum comentário:
Postar um comentário
O que tem a dizer sobre essa postagem?