Ernande Valentin do Prado
1
Tereza levantou-se.
Não foi como das outras vezes.
Nada falou.
Apenas uma lágrima,
escorregou do olho esquerdo, deixando-o ainda mais bonito.
Brilhou intensamente.
Pegou uma bolsa apenas!
Colocou dentro, tudo que podia. Abriu a porta.
Saiu decidida.
2
Sem acreditar,
que desta vez seria prá valer,
Mário disse, olhando em seus olhos.
Quer mesmo ir?
De verdade?
Vá!
Enquanto assistia,
ela levantar-se decidida.
Viu, do olho esquerdo, escorregar uma lágrima.
Como pode existir olhos tão lindos, pensou Mário,
Sentindo, de outros tempos, saudade
dos dois juntos.
Viu,
parecia real,
Ela arrumar a bolsa.
Abrir a porta,
decidida
Sair!
3
A casa,
Silenciosa,
Vazia.
Apenas a luz da TV
fantasmagorizava
vazia.
Insistente, na cozinha, a torneira pingava há cada 16
segundos:
tum, tum, tum...
Vazia.
[Ernande Valentin do Prado publica na Rua Balsa das 10 às
6tas-feiras]
Nenhum comentário:
Postar um comentário
O que tem a dizer sobre essa postagem?