SE ISTO NÃO É FOLGA
Já tinham uma cachorra surda para cuidar da casa... ou era
para ser cuidada? O mundo caía e ela dormia, não escutava nem fogos de
artifício soltados no quintal ao lado. Mas latia forte e era excelente
companheira das crianças. Vivia correndo com eles no quintal, ia à praia, roía as
cadeiras. Mas de verdade só latia para a rua se estivesse de cara para o
portão. Vantagem havia, era possível passear com ela sem que fizesse qualquer
movimento buscando briga com os cachorros ao redor. Nunca ouvia os latidos e
provocações. Sempre estava bem humorada como os cachorros costumam ser se bem
cuidados, aceitava as brincadeiras às vezes bruscas das crianças com uma calma
invejável.
Mas morar na beira de rua, com vizinhos que são veranistas e
passam semanas sem aparecer, sem quem dê alarme... resolveram pegar uma outra
cadela.
Veio pequenininha, uma coisa branquinha bebêzinha de tudo. A
outra adotou no ato! Cresceu muito rapidamente, dava sinal para tudo e passou a
fazer o que cachorrinhos fazem muito bem: roer sapatos, comer sandálias de
dedo, rasgar pano de chão, roubar comida da mão das crianças... e foi crescendo
e passou a pular sobre o sofá, roer braço de mesa, comer almofadas, correr atrás
dos pássaros que pousavam no jardim. Com
o tempo os cuidados para não serem derrubadas ficou como um alerta. Bastava chegar
na varanda e um bólido branco vinha por trás e se chocava na altura dos joelhos.
Ao crescer mais ainda passou a pular o portão e tentar subir
no muro e depois de muito exercício descansar na varanda... deitada na mesa. Se
isto não é uma cachorra folgada... não sei o que será!!!!
Maria Lúcia Futuro
Mühlbauer
Escreve às segundas
feiras
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