06 outubro 2014

Gratidão prece sacrifício e luas [Julio Alberto Wong Un]





Ensolarado o tempo
Campos dentro de si mesmos
Formas suaves do vento. Carícias pulsam. 
Tecidos, escadas, bichinhos de pelúcia vigilantes
Lista de listas. Sangue de sangue. 
Desconheço o verniz do tempo. Ou melhor, 
Descarto-o
Feito luz como se fosse um caramujo apaixonado. 
O pulsar do poema incrustado nas unhas
A carência das certezas deslocada de tudo 
Digo a ninguém 
Espalho espelhos e rochedos pífios
Calço com novas mãos velhos sapatos
A areia de distantes praias nos veste os dedos
Em mim sou outro. Em mim se faz oco. 
Nuvens mais poderosas que o sol.
Hálito mais rude que os pássaros de rapina que cuidam da minha morte. 
Onde descobrir a certeza? 
Qual o tempo em que renasço?
Névoa diz-se tristeza. Que imagem idiota da cultura da praia. 
Aconchegado recolhido silente
Espero. 

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