— Se não fosse
eu, seria outro...
Justificou-se
com sua consciência, fechou o porta-malas do chevette e trocou de chave com o
comprador.
Entrou no
carro deixado pelo outro, que atrás do volante do chevette sumiu na escuridão.
Antes disse:
— Some com
essa merda o mais rápido que der.
Sem medo de
ser feliz, mas temendo vacilar com tanto dinheiro em um carro roubado, voltou
pelo mesmo caminho que chegou, conforme fora orientado.
Pela manhã,
antes de se levantar, ouviu no rádio a notícia. Sabia, mesmo tentando se
justificar: “se não fosse eu, seria outro”, que a responsabilidade era sua.
[Ernande Valentin do Prado publica no Rua Balsa das 10 às 6tas-feiras]
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