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03 março 2017

O que o povo quer?

Marcilane Santos
Imagem capturada na internet, 2017.
O povo quer morar
O povo quer moradia
O povo quer um lar
Mas não um lar apenas
O povo quer água, luz
Saneamento básico 
O povo quer banda larga
Quer ver suas ruas calçadas 
Quer comida na mesa
O povo quer saúde 
Gratuita e de qualidade
Quer uma saúde de verdade
Quer que os "dotô" olhe tudinho nos seus olhos
E pergunte: "O que sente?"
De uma forma tão porreta 
Que a moça ou o moço sentada/o na cadeira
Perceba que o "dotô" realmente se importa
O povo quer ser cuidado
Não quer se sentir menor 
Não quer ser atendido com tom de deboche 
Nem sair da consulta com uma cara de poste
Sem entender muito bem o que tem
O povo quer educação 
Quer ver seus filhos tudo com diploma na mão 
Ganhando a vida pelo mundo afora 
Seja aqui ou "nos estrangeiro"
Esse meu povo brasileiro 
Quer mesmo é uma boa formação
O povo também quer entender o porquê 
de tanta palavra difícil 
Uns tal de Acessibilidade, 
Globalização, Sustentabilidade 
Se lá nas comunidades, não se vê nada disso
O povo quer transporte público de qualidade
Mas público de verdade
E não que levem a cada dia 
Um pouco mais de seus trocados 
Hoje o povo se sente assaltado 
Cada vez que põe a mão no bolso
O que eu sei é que povo vive esmorecido
Porque tudo é prometido
E pouco se vê cumprido 
Nesse Brasil brasileiro.

[Convidado publica na Rua Balsa das 10 aos sábados e domingos]

05 novembro 2016

Um encontro alegre e assustador

Arte de Alice - 2014
Benedito Vasconcelos

(Uma história boa de ler, sobre um tema difícil de aprender, Ou:  Uma história para criança aprender a ler e a viver juntos, nas diferenças).

Numa casa de animais,
Um gato morava no sofá,
Um rato morava no sapato,
Junto com um sapo.

O gato nunca saía do sofá.
O rato e o sapo nunca saíam do sapato.

Um dia,
O gato saiu do sofá
E foi passear.
Neste mesmo dia,
O rato saiu do sapato
E foi passear.

No meio da sala,
O gato viu o rato,
O rato viu o gato,
Ai, ui. Foi um susto sem fim!
O gato nunca tinha visto um rato.
O rato nunca tinha visto um gato.

Apavorados, ficaram parados, paralisados.
Sem nada fazer.
De susto, o gato riu.
O rato riu, também.
Riram sem parar...

Lá do sapato,
O sapo gostou do que viu e riu.
Riu tanto, o seu riso virou música.
Ao som da música do riso do sapo,
O gato e o rato ficaram a dançar.

O gato, o rato e sapo ficaram amigos.
E dançam até agora, sem parar...

[Benedito Vasconcelos foi convidado por Ernande: convidado publica na Rua Balsa das 10 aos sábados e domingos.]

22 outubro 2016

DE ONDE VEIO MINHA ALMA DE ARTISTA

Daniela Gomes Brito Carneiro

Pra mim, famoso era pouco pra descrever vovô Castanha. Cresci sabendo que ele era um artista. Um músico. Dos bons e famosos. Todo mundo em Santa Rita conhecia Seu Castanha, o violeiro. Meu pai se orgulhava em dizer sempre pra mim e meus irmãos que não existia músico melhor no mundo do que ele, só não teve oportunidade, ele sempre completava.
-Era, pai?
- Ouxe, teu avô? Eu era menino e ele ganhava a vida fazendo show. Era boêmio, saiu de casa com 12 anos de idade pra ganhar o mundo. Fez show em Recife, tem até uma fita gravada.
Adorava saber que meu avô era um músico dos bons, que fazia show, fora da Paraíba. Quando eu era criança, a Paraíba era do tamanho do mundo todo, sair da Paraíba pra fazer um show significava na minha cabeça muita fama. Mas essas histórias eu só escutava, o que eu via era vovô tocando na missa todo domingo. Quer dizer, também via muita gente, além do meu pai, falando a mesma coisa, e também via muita gente ir procurar ele na casa dele só pra ouvir e ver  ele tocar. Achei verdade mesmo que meu vô era muito bom, quando veio um repórter da tv local fazer uma reportagem sobre vovô Castanha. Aquilo foi tão empolgante pra todos nós. Lembro que o tchan dessa reportagem era ver vovô fazendo notas usando um copo em vez dos dedos. Se orgulhava em dizer que fazia os acordes de ouvido. Fulano dizia: - o dó é assim, Seu Castanha. Ele dizia: - Não, é assim. Até que o sujeito se convencia que ele não tava fazendo o acorde convencional, mas o som era o mesmo. E tocava qualquer coisa, do jeito dele, de ouvido. Sabia se qualquer pessoa ou instrumento estava foram do tom ou coisa assim, de longe. Ah, ainda tem outro fato que me fez ter certeza que vovô era importante músico mesmo. Um certo cara escreveu um livro sobre Santa Rita e veio deixar umas cópias na minha casa (na casa do meu pai), porque nele ele citava vovô como patrimônio cultural da cidade.
Porque resolvi escrever tudo isso? Porque acreditando na minha memória forte de infância, fui procurar pelo nome do meu avô das mais diferentes formas no Google: Joaquim Januário Carneiro, Seu Castanha, Casa de farinha (música composta por ele). Mas não achei absolutamente nada. Só me aparecia um Joaquim de 1813, Castanha e Caju, Castanha de Caju, Casa de fazer farinha. Ora, como pode vovô tá em livro, reportagem de tv, fita que virou cd e não tá na internet?
Vai estar sim: Seu Castanha, o inusitado e queridíssimo violonista de Rio Tinto-RN, que viveu a maior parte da vida em Santa Rita e plantou a semente da arte da família Carneiro (a minha). 

[Daniela Gomes Brito Carneiro foi convidado por Ernande: convidado publica na Rua Balsa das 10 aos sábados e domingos.]

26 abril 2014

Pricípio da Incerteza



Arnildo é um músico de especial talento e gravou estes vídeo especialmente para o Blog Rua Balsa das 10. Atualmente Arnildo mora em Rio Grande (RS), onde cursa medicina na FURGS.

[Convidados publicam na Rua Balsa das 10 aos Sábados e Domingo]

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