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22 fevereiro 2019

EU TENHO DIABETES


 Ernande Valentin do Prado






Eu tenho diabetes!
Sou Enfermeiro e tenho diabetes há mais de dez anos. Descobri a doença em 2008, durante a Terceira Mostra Nacional de Produção em Saúde da Família, em Brasília e foi totalmente por acaso, que é como acontece com a maioria das pessoas.
E não estou sozinho nessa, no Brasil são 13 milhões de pessoas, além de mim, com diabetes. É sobre isso que vamos conversar neste texto.
Antes de 2018, eu nunca tinha sentido nenhum dos sintomas clássicos da diabetes, como boca seca, sede, fome e cansaço em excesso.
Não estava perdendo peso sem motivos, não tinha visão embaçada e nem tinha vontade de urinar várias vezes ao dia.
Não perceber os sintomas da diabetes é fácil porque ela é uma doença silenciosa, como a hipertensão e não perceber é mais fácil ainda quando se imagina que não se pode ter essa doença. E mesmo tendo a doença, nem sempre se sente os problemas que ela causa, ao menos no início.
Eu nunca tinha sentido nada. E ninguém em minha família tinha diabetes antes de mim. Nem pai, nem mãe, nem tios. Não ao menos que soubessem. Posso dizer que eu fui o primeiro a descobrir.
A diabetes é uma doença crônica não transmissível. Sabe o que é uma doença crônica não transmissível?
É uma doença que dura muito tempo, provavelmente a vida toda. Não se transmite e nem se pega de ninguém.
A diabetes é quando o pâncreas não consegue mais abastecer o corpo com a quantidade de insulina que ele precisa ou quando o nosso corpo não consegue utilizar a insulina disponível.
Insulina é o hormônio que faz a glicose sair do sangue e ir para as células, que é onde ela se transforma em energia.
Glicose é a forma do açúcar no organismo e é fundamental para o funcionamento do corpo, desde que esteja dentro das células.
Quando tem pouca insulina ou quando ela não consegue carregar a glicose para dentro das células, o sangue fica com mais açúcar do que precisa e começa a jogar o excesso no coração, nos rins, nos olhos, nas artérias e veias e em toda parte, o que prejudica o bom funcionamento de todo o organismo.
Sabe aquelas doenças do coração, dos rins, dos olhos, como glaucoma e catarata?
A diabetes pode ser uma das causas. Até a depressão aparece mais fácil em quem tem diabetes. Não é incrível?
Os três principais tipos de diabetes são:
Diabetes Tipo 1, Diabetes Tipo 2 e Diabetes gestacional.
Podemos conversar sobre esses tipos de diabetes e em outro texto, por enquanto quero apenas dizer que não importa qual o tipo de diabetes você tem.  O que realmente importa é que o Sistema Único de Saúde oferece o tratamento em uma de suas unidades de atendimento. Não só o tratamento, como os exames para diagnóstico, o tratamento e o acompanhamento de todos os estágios da doença.
Nas unidades de Saúde de Atenção Básica existe o Programa de acompanhamento de pessoas com diabetes. Você conhece a Unidade de Saúde da Família perto de sua casa?
Deveria conhecer. Lá, entre tantos outros serviços, provavelmente tem o programa de acompanhamento de pessoas com diabetes.
E quem pode participar deste programa?
Toda População pode participar do programa, até quem não tem diabetes. Incrível, não é?
Isso porque o SUS tem o Princípio da Universalidade, ou seja, ele é para todos.
Além disso, é responsabilidade do SUS pensar o ser humano como um todo, oferecendo cuidados de prevenção, diagnóstico, tratamento e promoção de Saúde. Por isso que até quem não tem diabetes pode participar do programa. Porque o SUS trabalha com o Princípio da Integralidade.
Para entender melhor o princípio da Integralidade, tem outro texto aqui neste blog e tem os vídeos da Série SUS, conhece?
E como funciona o Programa de Acompanhamento de pessoas com Diabetes?
O programa é bem simples e muito eficiente. E cada pessoa é acompanhada pela equipe multiprofissional, segundo as suas necessidades.
São ofertadas orientações, consultas, exames clínicos e laboratoriais, encontros educativos, visitas domiciliares e até a medicação para o tratamento, se você precisar.
Todas essas ações ajudam a mim e a outras pessoas a conviver com a diabetes.
Se você tem diabetes, conhece alguém que tem ou quer se prevenir, procure uma Unidade de Saúde próxima de sua casa e converse com os profissionais de saúde. Sei que eles podem te ajudar.
Vá lá e depois conte a sua experiência para nós, pode ser?

Observações:
Esse texto teve a colaboração de Seiko Nomyama e Mayara Floss.
O texto é uma adaptação do roteiro original do vídeo: Eu tenho diabetes, do canal da Série SUS. Para conhecer o canal clique:

Referências:
Brasil. Ministério da Saúde. Diabetes: tipos, causas, sintomas, tratamento e prevenção. Disponível em: (https://bit.ly/2S5dFFW) Acessado em: 17 dez. 2018.
Brasil. Ministério da Saúde. Cadernos de Saúde Pública. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: diabetes mellitus. Ministério da Saúde: Brasília, 2013. Disponível em: (https://bit.ly/1uZfXsF) Acessado em: 20 jan. 2019.
  
[Ernande Valentin do Prado publica na Rua Balsa das 10 às 6tas-feiras]

08 fevereiro 2019

A CESAR O QUE É DE CESAR, A MORO O QUE É DE MORO


Ernande Valentin do Prado




Vamos ser justos, esse governo aí nunca prometeu acabar com a violência. Tá oquei? Nem ao menos diminuir a violência ele prometeu. Muito pelo contrário, durante toda campanha ele deixou claro que não sabia como lidar com essa questão.
Não acredita, acha que estou inventando fake News?
Então me explica o que é essa fixação em armar a população?
Para mim e até para um Tenente coronel da Polícia Militar, que ouvi no Rádio dia desses, a mensagem é óbvia: “não sabemos enfrentar o problema da violência e já que a polícia não é eficiente, então cada um que se vire como puder”.
Para quem sabe ler, um pingo é letra e o que esse governo fez até agora, não é apenas pingo e nem tão pouco apenas uma letra, é um discurso completo.
Um discurso que reafirma total incompetência do estado em lidar com a questão da violência. Até aí nada demais, parece que nenhum governo, até agora, soube ou teve disposição em encarar de fato os problemas gerados pela violência ou os problemas que estão nas causas da violência.
O feito extraordinário foi convencer 1/3 da população, mais ou menos o número de eleitores desta facção, a acreditar que não tem jeito, que a solução é cada um por si e que um candidato sem proposta era o menos pior.
Outro feito extraordinário foi convencer o eleitor, sobretudo o evangélico, que não existe contradição entre o discurso do candidato e as leis “divinas” da religião cristã. Veja, desde que Moises subiu ao Monti Sinai, está valendo os dez mandamentos e um deles é: “não matarás”.  Tenho a impressão que esse mandamento não pegou, mesmo na época em que foi editada, basta ver o número de matanças que são descritas na bíblia.
Ao que parece o mandamento é entendido assim: não matarás quem for do nosso time. E aí é fácil. Tirando os psicopatas e os muito desequilibrados, quase ninguém mata os seus.
Tanto é assim que o número de apoiadores desta e outra propostas bizarras deste governo, parecem ser maioria entre os evangélicos. Sempre vai ter quem diz que a arma é para proteção, não para matar.
Será?
Armas de fogo são para matar, bicicletas para pedalar, pão para comer, parece que é assim que é, o resto, por mais elaborado que seja são somente desculpas esfarrapadas.
Agora, e por um tempo, a coisa vai ser assim: cada um com sua arma tentando se proteger do outro, até que esse governo mude e entre outro que assuma a responsabilidade pela segurança pública. Uma proposta de governo, para área da segurança, passa por desarmar bandidos, impedir o tráfego de armas, distribuir melhor a renda produzida por todas e todos, entre outras coisas fundamentais. Outra coisa importante é punir os assassinos. Reportagem do Jornal O Globo de 2014, mostra que menos de 5% dos assassinatos no Brasil são descobertos. Talvez seja por isso que esse governo aí não acredita na eficiência da polícia.
Acha que essa conversa é mimimi?
Você não está sozinho, o presidente também acha. A diferença entre você e ele é que o presidente tem o poder de fazer sua fé se transformar em políticas públicas.
A Agência Brasil (2018) diz: “Tem uma estimativa de que o Estatuto do Desarmamento, apesar de nunca ter sido implementado na sua completude, ainda assim conseguiu ser responsável por uma espécie de freio, de contenção do crescimento dos homicídios”. Segundo o pesquisador, sem essa legislação, as taxas de homicídios seriam 12% superiores às atuais. Isso é o que dizem os números. O resto, apesar do discurso, parece ser fake News ou fé cega em bezerro de ouro.
Acha que essa pesquisa é mimimi?
O Moro também acha.

Referência:

MENEZES, César; LEUTZ, Menezes. Maioria dos crimes no Brasil não chega a ser solucionada pela polícia. Disponível em:< https://glo.bo/1yi1edy> Acessado em: 15 jan. 2019.

AGENCIA BRASIL. Armas de fogo são causa de morte em 71% dos homicídios no Brasil. Disponível em: Ac: 15 jan. 2019.

[Ernande Valentin do Prado publica no Rua Balsa das 10 às 6tas-feiras]

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