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16 agosto 2017

Das pequenas alegrias - Dias de Igor


Para no posto de gasolina e eles oferecem desconto de 40 centavos no litro da gasolina, por causa do serviço prestado. Ao mesmo tempo, conta sobre o cartaz dos planetas com a filha. Quer fazer de material reciclável e descobriu que Plutão não existe mais e que ontem chegou tarde e as crianças já estavam dormindo. Vamos visitar uma paciente e ele diz “a gente nunca imagina que vai chegar o ponto de ter a comida que você mais gosta e não conseguir comer”. Ou reflete “sai tão ingênuo da universidade, achando que poderia fazer alguém parando de fumar, obedecer um medicamento”. Quase na hora do almoço corremos para levar um paciente do presídio que ele cuida voluntariamente no hospital, o paciente diz Trás um pipocão pra mim”, a resposta “Sim, pode deixar”. Após ir até a casa de um senhor lá bem no alto do morro em Caratinga, ele oferece carona para o filho que senta no banco da frente e eles conversam sobre o pai doente, sobre a situação da família. Vamos para o presídio e o paciente nos diz: “Ou você está para morrer ou para matar”. Uma história de uma paciente que apanhou por dias na cela e que ele disse que não ia mais atender ninguém até pararem de bater nela. À noite depois um dia extenso de finitudes, que começa antes das sete horas da manhã vamos rever o paciente ao colocar os pés na porta do hospital me olha “Ih, esquecemos do pipocão” eu emendo falando “Trazemos amanhã”, ele diz “Não, vamos lá buscar”. Entramos no carro, descemos o morro, fomos até o centro, atravessamos a rua, já passando das nove. Compramos o pipocão. Ele vai avaliar o paciente senta na cama ao lado dele e os dois comem pipoca, quase que em uma travessura. No final ele me diz: “Eu quero ver ele sem essa roupa do hospital azul horrível e sem o uniforme do presídio, queria ver ele vestido como gente”. 


Caratinga, 2017.

Abraços que pousam,
Mayara Floss

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